terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Meu f-Elis 2011

[Imagem de autoria desconhecida]
O que há de ser tem a força do universo.
Os desejos? Sopre-os ao vento. Há força maior sabendo o que fazer com eles.

*
*
Para ganhar um Ano Novo
que mereça este nome,
você, meu caro, tem de merecê-lo (...) É dentro de você que o Ano Novo
cochila e espera desde sempre.

[Drummond]

sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

La, lalaia laia laia



La, lalaia laia laia, lalaia laia laia, lalaia laia laia, ia
La, lalaia laia laia, lalaia laia laia, lalaia laia laia
Graças a deus minha vida mudou
Quem me viu, quem me vê, a tristeza acabou
Contigo aprendi a sorrir
Escondeste o pranto de quem sofreu tanto
Organizaste uma festa em mim
É por isso que eu canto assim
La, lalaia laia laia, lalaia laia laia, lalaia laia laia, ia
La, lalaia laia laia, lalaia laia laia, lalaia laia laia

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Continuum

 [Imagem de autoria desconhecida]

Você que agora mudou  meu nome, escuta...O amor tem força sobrenatural para manter o estado intacto das coisas. Aqui está tudo no lugar.  O teu sorriso em minha boca, teus conflitos no meu peito, teu coração no meu pulsar. Bebe a mágoa que guardou de mim em doses bem pequenas. É tendência com a idade aprimorarmos nosso paladar, e você descobrirá que o amargo que sentes ainda comprimindo sua boca, é porque você não é dado à experiência dos sabores, o tempo tratará de aprimorar teus sentidos.
É preciso por ordem nas coisas depois do caos. Há um tanto de cósmico por aqui agora, e depois de girar e girar e da bagunça que nosso sentir deixou pra tras,  ficou apenas aquela poeirinha sua na minha superfície. Vez em quando eu sopro e suas partículas voam, e você sai de mim um pouco. O problema é que eu ainda só sei soprar pra cima.

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Estrada

Enquanto ele olha pra estrada, eu olho para o céu. Ele segue e deixa meu céu em movimento. O amor é assim. Você segue rumo à sua história e movimenta o horizonte do outro.
Daqui ó

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Aviso...

Você que conhece meu impulso, sabe que "nunca mais" é sempre muito comprido. E eu, mulher pequena, pouco mais que metro e meio...

terça-feira, 23 de novembro de 2010

Morre-se

“Escrevo em folhas de papel. Você recolhe e guarda, temendo desaparecerem. Alguma coisa se perderia se elas nunca fossem lidas? Talvez nada, porque escrevo apenas para me livrar da memória. Esses rabiscos são o meu esquecimento. Lembra as pinturas rupestres nas paredes da caverna que visitamos? Alguém desejava livrar-se da memória que o incomodava e pôs-se a desenhar e pintar nas pedras. Escrever é a maneira mais simples de morrer, embora muitos achem que é o único modo de permanecer vivo."
    [Ronaldo Correia de Brito, na quarta capa de retratos imorais]

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Tan Solo Vuelo

O meu caminhar solo
E a brevidade a espreita
Tateando o ócio
A saudade beija

Neste instante dado
De soslaio o olho
Num sentir mais frágil
Me inunda o corpo

E tu não passas
Nem palavra alguma
São as mãos no raso

Um infinito estar
Um padecer sem ti

Um silencio e mar !!!

Ao Som De Ricardo Arjona – Vuelo.

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

The End

 Foto: teresa sá
Suas coisas todas, amontoadas na sala. Suas fotos, seu cheiro, suas manias, seus discos, suas cartas, seu desamor. Leva tudo e grita minha covardia. Tapo meus ouvidos e coloco cadeado nas portas. Tudo seu. Memórias têm eco e eu ficarei por um bom tempo ouvindo  tua voz e as paredes repetindo tua alegria até que eu grite amor e o som da minha voz não mais te encontre.

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Engano

Nós pensávamos que era amor, era só um laço mal feito que desatou pelo caminho. Amor é um nó cego.

sábado, 14 de agosto de 2010

Costume de amar

"Posso escrever os versos mais tristes esta noite". Mas sequer há noite estrelada, astros azuis ou vento que ajudem a compor esse enredo. É bravio o mundo lá fora, saem úmidas as palavras e há essa noite imensa despencando sobre nós. Eu piso no que sobrou do choro, e os pés vão saltando as poças.
É certo. "É tão curto o amor, tão longo o esquecimento".
E porque culpa será julgado alguém que amou e conjugou o verbo em excesso?
Há essa leve suspeita que já não exista mais nada, ninguém, além do amor, que aço, resiste. E nossas memórias, misérias que nos mantém.

Eu e Neruda

sexta-feira, 30 de julho de 2010

Hiato

"Se a gente nunca mais se encontrar ainda assim vamos nos encontrar. Quando olharmos para o céu. Para o céu pálido que você inventou com sua carta que me deu. O nosso céu. Nós nos escreveremos, já que não podemos falar. Sejá lá o que impede você de falar."



Hiato from CCLULP on Vimeo.

quinta-feira, 29 de julho de 2010

De Plástico

 Foto: Mario Carvalho

Espero que entendas
as pétalas frias
Sem perfume, viço
ou cor...
As flores que eram nosso amor...
Lembra?
As que agora repousam
numa página qualquer
sobre o mofo das palavras
Nosso amor de flores de plástico.

segunda-feira, 26 de julho de 2010

Amor tardio
Já chega colocando ordem
  ajeita
conserta
organiza
Se vai embora,
desconcerta
deixando aviso na porta

"em manutenção"

Do sentido

o que um rio sente
quando invade o mar
nem as águas sabem
até chegarem lá
j.r. lima

sexta-feira, 23 de julho de 2010


E você que pensou vender sonhos impossíveis, mal sabia...Deixou amor espalhado por todos os cantos de mim. E quando esse amor me bagunça, amontoo tudo e tranco a porta. Quando abrir novamente, já sei, vai sangrar bonito!

sábado, 17 de julho de 2010

Quarto de dormir

Soltas
espaçadas
estridentes
da boca pra fora
atravessam o detetor de metais
grudam nas paredes
se espalham pelo chão.
Amanhã, vai dar um trabalho danado
amontoar tudo isso
Vai parar tudo no lixo
No latão não reciclável
das palavras indecentes.

Carmim

Foto: Cristina Afonso

Tudo porque perdi as rosas brancas que descansavam no peito. Eu prefiro vermelho. Carmim. E vai e vem que não cessa.

sexta-feira, 16 de julho de 2010

Sob tres graus negativos

Curitibanos, tarde de 12/07/2010

Sete horas
e os campos pálidos
gélidos de tristeza
vão choramingando ais
aos transeuntes

Dor de campo
em dias de geada
É dor de gente
quando um minuano cortante
salta da boca de alguém.

Mas a natureza
só pra provar que é mãe
aquece um solzinho
daqueles de meio dia
e com vestígios de ternura
acaricia as entranhas da terra
despertando tudo que é morto.

E ao final,
ele
desaparece mansinho
sumindo
sumindo
Assim como um amor de partida

Assim como se sabe um abraço.

segunda-feira, 12 de julho de 2010

Pontilhismo

Tela: Tarde de Domingo - Georges Seurat

E por estar vazia
É que me preencho
Encho de pontos
e uno com traços
retas, curvas, paralelas
linhas cruzadas
me embaraço
E se não entendo da vida-
essa poesia indócil
É porque faltam pontos
Sobram sempre, espaços.

segunda-feira, 10 de maio de 2010

Dance with me?



Vamos dançar um pouco estranho
Me mostre pecados secretos
Amor pode ser como escravidão
Me seduza mais uma vez

Queimando como um anjo
Que foi suspenso do paraíso
Queimando como o homem voodoo
Com demônios em sua capa

Porque voce não dança comigo?
No meu mundo da fantasia
Porque não dança comigo?
Ritual da fertilidade

Como um fantasma
Você não parece real
Como uma premonição
De maldições em minha alma

Do jeito que eu quero amar voce
Bem, poderia ser contra a lei
Eu tenho visto voce em milhares de mentes
Voce tem feito os anjos cairem

Porque voce não dança comigo?
No meu mundo da fantasia
Porque não dança comigo?
Ritual da fertilidade

Venha cá pequeno estranho
Tem apenas mais uma dança
Até a música acabar
Vamos dar mais uma chance a isso

Porque voce não dança comigo?
No meu mundo da fantasia
Porque não dança comigo?
Ritual da fertilidade

Aproveite essa chance comigo!
No meu mundo da fantasia
Porque não dança comigo?
Ritual da fertilidade

quarta-feira, 21 de abril de 2010

Eu não sei quem te perdeu

(Desconheço autor da foto)

Gastei o dia a pensar
sobre a nobreza -
das coisas que não têm pressa...
E voltam sempre...
Uma e mais uma
Tantas vezes,
o desejo, assim mandar.

A partida - onde mora o silêncio
A volta - onde mora a saudade.

Pois que o vento levou
Não tardou - a trazer de volta
Aquieta solidão
Que se alguém aqui perdeu - te juro
Não fui eu.

Ao som de Pedro Abrunhosa e Sandra de Sá.

domingo, 18 de abril de 2010

sexta-feira, 26 de março de 2010

Que seja, por fim im(preciso)

(descoheço autor da imagem)

É preciso que venha de longe
Que oferte lembrança
E deserte explicação

É preciso que inspire perfumes
notas, acordes
Canção.

É preciso cela nos olhos
E imagem retida
Feito bandido em prisão.

É preciso um karma completo
E um corpo repleto
Leve, tão leve
Que sejam nuvens...
teu firme chão

Estrelas, para os teus olhos
sol para dentro do peito
E luar para o sertão.

sábado, 13 de março de 2010

E daqueles pensamentos que me insistem...
Tava certo Che... "Hay que endurecerse, pero sin perder la ternura jamás." ( tava certo Mimi também) A útima palavra pode ser dele (desde que concorde comigo) *risos.
Dor derretida vira lágrima. E a gente sente. Sente tanto, que deseja doer um pouco mais.
Quando um ser
é tomado de vida

*a única veia que lhe dói
é aquela que ele não sente.
Quando a vida por ora escorre, vira dor endurecida.
Dor endurecida vira sulco. Ranhura. E a falta de sentir, endurece. Dor endurecida tem gosto. Agridoce é a dor que ensina a viver.

*Mia Couto

Eu quero absurdos, sim

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Do que resta


Resta-me a certeza de que vida
é algo além da dor
Que se abate
Colada à esta face
Percebes
Nada mais resta.
Sou parte
Ínfima,
da inteireza que se doou,
se perdeu e se partiu
Aquela
A que dormiu amando
E acordou saudade.

quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Submerso

Foto: Rafaela

Se a alma espera
Se depois da noite
O sol impera
Se os mares que percorro
São profundos
Se em águas turvas
Te espelhas...

Se há ainda
a fenda aberta na pedra
na carne...
E sal dos olhos
rompendo silêncios
Se os espaços
tomam em ondas os versos
A palavra é só melodia
Dizendo do meu querer.

Para o sentir - oceano
Para a razão - o mergulho
Se para o amor
o cais
Para o amar
o fundo do mar.

terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Queria te dizer...

Imagem: Josef Sudek

"Tudo passa. Na vida, tudo passa. Mas nem tudo que passa, a gente esquece."
Chico Pedrosa

sábado, 16 de janeiro de 2010

quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Do amor e de amar...

duas canoas ancoradas na margem de um rioFoto: Marion Rupp

Amor é o que se aprende no limite. Amor começa tarde...
Fiquei com isso o dia inteiro.
Amor de olhares e encontros mudos. Amor de pele que encobre a alma. Não precisa de presenças, sobrevive do que já não é e do que restou, mas do melhor que misturou-se a cada um e do que fez a cada um melhor. É amor que crava entrelinhas nos olhos, mas que sabem-se reconhecidas, uma a uma... compreensão antecipada. Não escorre, absorve e vira seiva. E cresce com a mais remota chuva. Não é de palavras. É de semântica. É amor de catalogar memórias e cicatrizes [doer junto é a forma mais linda de amar]. E da ameaça do riso da hora em que as mãos, como algemas, sabem-se a pedra mais preciosa: resistente e frágil. Sabe-se o custo de cada sorriso. Por isso a profusão. Relógios pra que, se aprendeu-se a entender os sinais? Amor que é de mansinho, não porque há certezas do futuro, mas porque há o cuidado com cada minuto seguinte. Amor desse jeito que desinventa os mapas, porque sabe que sempre há um novo caminho. O vento não deixa o tamanho. Que sabe que sabe pouco, mas desconfia de tanta coisa...Amor que sabe que é preciso amar e amar mais, depois de ter amado.

Texto em itálico: Carlos Drummond de Andrade

domingo, 3 de janeiro de 2010

E as palavras se beijaram...

Porque se for preciso, eu invento
Um verso só pra te amar...
(FC)

Das nossas sintonias

duas xícaras: uma com café e a outra com leiteFoto: Margarida



Meu sonho de amor na nau distante

Rompendo os mares desta noite errante

Reluz estrelas neste céu brilhante

Feito uma valsa



Que a alma lava a mercê do tempo

No pensamento que aqui desponta

E meus desejos são palavras prontas

Que em ti deságua



Por entre os versos que esta lua esconde

Da solidão do caminhar sozinho

Eu me despeço para ser teu canto



E que de resto

A noite cale

E que de certo

O tempo fale

O silêncio que há em nós.



sábado, 2 de janeiro de 2010

várias imagens em forma de coraçãoHoje
nao mais te quero
Não te amo mais
É tudo às claras
e tanto faz
Não mais te quero
porque quero-te tanto
Que querer mais
Não sou capaz.

Da primeira hora do dia

moça sentada, olhando para o chão, cercada de pássarosImagem: DevianArt

Porque o hoje
é essa manha ensolarada
Que os olhos apagaram.
Assim, dia escuro
Silencio fora
Dentro, a demora.
A solidão é sempre o começo
E o fim.