Quando ela estava por perto era como se o mundo fosse melhor. Ele de fato, não sabia se era bom, sabia apenas que aquele par de olhos tão azuis e as costumeiras frases de duplo sentido o faziam rir e a pensar que aquilo fosse felicidade.
Ele sentou sobre o banco empoeirado da praça. Pegou-a pelas mãos e os olhos azuis pareciam desejar dizer coisas que a boca não mais dava conta. Lembrou do último encontro e da covardia diante de seus sentimentos. Eu preciso! Pensou. E antes que ela perguntasse alguma coisa...Perdão. Não devia. Não devia? Preciso ir. Espera! Eu já sei. Sabe? Sim. E beijou-o demoradamente.
Da janela, os cotovelos apoiados no parapeito, ele a viu sumir por entre as árvores da rua. Olhou para o recorte do jornal já amassado em suas mãos, sorriu e aumentou em mais um os beijos de sua coleção.
sábado, 27 de junho de 2009
sábado, 13 de junho de 2009
Saudade
Se quer saber
Foi qualquer coisa assim
A brisa revelou teu cheiro
Vendaval,
Chuva em mim
Ah saudade!
Que tormento
Pros meus dias
só o lamento...
Mas desisto, vou-me embora
Você fica sem saber
Porque saudade
É um sentir tão grande
Que trocando em miúdos
Não sei dizer.
Foto: R. Gonçalves
Foi qualquer coisa assim
A brisa revelou teu cheiro
Vendaval,
Chuva em mim
Ah saudade!
Que tormento
Pros meus dias
só o lamento...
Mas desisto, vou-me embora
Você fica sem saber
Porque saudade
É um sentir tão grande
Que trocando em miúdos
Não sei dizer.
Foto: R. Gonçalves
sexta-feira, 12 de junho de 2009
Um caso gramatical
Porque hoje é dia dos namorados...
(Postagem que fiz para o R.E.M. - Rapid Eye Movement - Blog em parceria com meu amigo José Roig.)
Ele, sujeito simples
Artigo bem definido
Fazia um gênero assim, primitivo.
Ela, monossilábica solidão.
Procurando seu verbo de ligação.
Se encontraram...
deu-se a conjunção.
Ela átona
Ele, um hiato silencioso
Mas era fato, estava posto
Mera análise sintática
Do seus pretéritos tão imperfeitos
Para o seus períodos compostos.
(...)
E o futuro
Estava escrito
E nas letras
A semântica existencial
Uma aliança selada
Um complemento nominal.
Por amor e concordância
E não havendo nada a mais
Uniram em cerimônia
suas sílabas bilabiais.
E seguem assim, juntos
Para o verbo amar
Até o infinito conjugar.
(Postagem que fiz para o R.E.M. - Rapid Eye Movement - Blog em parceria com meu amigo José Roig.)
Ele, sujeito simples
Artigo bem definido
Fazia um gênero assim, primitivo.
Ela, monossilábica solidão.
Procurando seu verbo de ligação.
Se encontraram...
deu-se a conjunção.
Ela átona
Ele, um hiato silencioso
Mas era fato, estava posto
Mera análise sintática
Do seus pretéritos tão imperfeitos
Para o seus períodos compostos.
(...)
E o futuro
Estava escrito
E nas letras
A semântica existencial
Uma aliança selada
Um complemento nominal.
Por amor e concordância
E não havendo nada a mais
Uniram em cerimônia
suas sílabas bilabiais.
E seguem assim, juntos
Para o verbo amar
Até o infinito conjugar.
quarta-feira, 10 de junho de 2009
Uma pausa
Só por agora, não tardo
Tomo-me de silêncio
Aquieto e resguardo
Abrigo-me...
Uma pausa,
Para a lágrima
o sorriso,
a cifra
a memória.
Uma pausa,
Não tardo
E quando tudo se for,
Aprisionado na retina
ficará o instante.
E ao fechar e abrir
Tomo-me de silêncio
Aquieto e resguardo
Abrigo-me...
Uma pausa,
Para a lágrima
o sorriso,
a cifra
a memória.
Uma pausa,
Não tardo
E quando tudo se for,
Aprisionado na retina
ficará o instante.
E ao fechar e abrir
dos meus olhos,
Tão mais breves
serão as lembranças.
Foto: Mariah
serão as lembranças.
Foto: Mariah
segunda-feira, 8 de junho de 2009
domingo, 7 de junho de 2009
Sentidos
Abriu o frasco e a imagem dele inundou o quarto. E já não era mais o cômodo vazio. Ficara impregnada a cortina, a almofada, o travesseiro... O café. Até o resto de café na xícara. Em cada superfície imóvel do quarto não mais vazio.
Sempre soube que paixão era só um jeito de sentir. Não era. Paixão cheirava a creme e tinha gosto de café.
Sempre soube que paixão era só um jeito de sentir. Não era. Paixão cheirava a creme e tinha gosto de café.
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